Rockantygona

(2010)

O julgamento de quem cometeu o crime ou a virtude é, no caso, irrelevante. O que está em jogo é a intolerância mútua. Se Creonte representa o poder e a opressão, ao mesmo tempo em que tudo o que espera é que suas ordens sejam cumpridas, a Antígona pertence o mesmo íntegro pensamento, que justifica sua atitude aparentemente juvenil e intempestiva de tentar de levar até o fim os compromissos com sua fé – conceder honras públicas a Polinices, seu irmão morto em batalha, apesar do edito proibitivo de Creonte. No entanto, nem um, nem outro cede. Ambos sucumbem, levando Hémon ao suicídio. O texto de Sófocles foi representado pela primeira vez em Atenas, em 441 a.C. e vêm, ao longo dos séculos, inspirando montagens, traduções, versões, adaptações, num processo de revisão e recriação dramatúrgica que arrebatou desde o alemão Bertold Brecht ao Millôr Fernandes. Em nosso caminho de pesquisa passamos por Albin Lesky, Friedrich Nietzsche, Hélio Oiticica, Barbara Freitag, Friedrich Hölderlin, entre outros autores, estudiosos, filósofos e apreciadores da obra de Sófocles. Durante o processo de montagem elegemos o rock como o componente musical e estético que mais se aproximou da nossa proposta para falar de rompimento, insatisfação, fúria juvenil, mudança de conceito e enfrentamento. Aí nasceu Rockantygona. Esperando que cada um, no seu tempo e espaço, crie ou recrie o seu próprio manifesto contra a intolerância.

• Larissa Bracher (Antígona)
• Miwa Yanagisawa (Antígona)
• Luis Melo (Creonte)
• Armando Babaioff (Hémon)
• Marcello H (Mídia Eletrônica)

• Concepção e Direção: Guilherme Leme
• Co-direção: Miwa Yanagizawa
• Dramaturgia: Caio de Andrade
• Assistente de direção: Marcos Damigo
• Trilha Sonora: Vulgue Tostói (Marcello H e Jr. Tostói)
• Preparação Vocal: Jaqueline Priston
• Cenografia: Aurora dos Campos
• Iluminação: Tomás Ribas
• Figurino: Tatiana Brescia
• Direção de Produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela
• Produção: Galharufa Produções Culturais
• Realização: Larissa Bracher Produções Artísticas

• Espaço SESC (Copacabana, Rio de Janeiro)
• Sesc Santana – São Paulo

• Vencedor do Prêmio Shell – Iluminação (Tomás Ribas)