Em O TARTUFO ARMORIAL cangaceiros do Sertão do Cariri, por volta dos anos 1930, se encontram com a Companhia Quintanilha de Teatro e Trampolinices no meio da caatinga e ao invés de trucidá-la, abusar de suas mulheres e degolar os homens resolve, por motivos inusitados, participar da montagem da dita obra de Molière.

O cangaceiro – a principio um homem comum que por motivos variados foi provocado (teve sua terra invadida, um parente morto, a mulher desonrada por parte ou a mando dos chefes locais), se revolta contra o poder vigente e vai para o enfrentamento pela única forma que lhe é possível: a violência. Foi então que o coronelismo – o coronel era o comandante de um microestado dentro do estado nacional, protegido por milícias particulares – encontrou, a partir do início do século XX, uma classe opositora surgida entre os próprios sertanejos que subjugava: os adeptos do cangaço.

Ariano Suassuna, intelectual, escritor, filósofo, dramaturgo, professor, romancista, artista plástico, ensaísta, poeta e advogado brasileiro conhecia de modo excepcional essa dualidade do poder nordestino e fez desse conflito, em inúmeras de suas obras, o ponto focal da trama de sua produção dramatúrgica e literária.

Criador do Movimento Armorial – surgido na década de 1970: vertente artístico-cultural de valorização das artes populares nordestinas abrangendo a literatura, música, teatro, entre outras manifestações, Ariano – não deixando jamais de priorizar a produção artística nacional – tinha singular apreço pelas obras de Molière e, em especial, O Tartufo.

Assim, homenageando dois grandes da dramaturgia o TEATRIM oferece ao seu público uma divertida comédia para, juntos, comemorar os 05 ANOS de um trabalho respeitoso e contínuo pela arte e cultura da nossa região.